Com a crescente alta do dólar e mudanças nas regras tributárias, muitos brasileiros estão se perguntando se importar produtos ainda compensa. Neste artigo, vamos analisar os principais fatores que influenciam essa decisão e o que você pode fazer para ainda lucrar com compras internacionais.
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Imagem: Rifki Kurniawan |
Com o cenário econômico desafiador, alta do dólar e novas políticas tributárias, importar produtos pode parecer cada vez menos vantajoso. No entanto, para quem sabe onde está pisando, essa prática ainda pode trazer ótimos retornos, inclusive como fonte de renda extra. Neste artigo, vamos explorar os principais pontos para entender se ainda vale a pena importar em 2025.
1. Tributação elevada e novas regras
A tributação sobre importações se tornou um dos principais obstáculos. A entrada em vigor do ICMS padronizado em 20% para encomendas internacionais e a manutenção do Imposto de Importação de 60% para compras acima de US$ 50 impactam diretamente no valor final dos produtos. Para quem importa com foco em revenda ou consumo próprio, é crucial calcular o custo total — incluindo impostos, frete e taxas de processamento — antes de tomar qualquer decisão.
Para ilustrar, imagine uma compra de US$ 100. Adicionando o imposto de importação (60%), o ICMS (20%), e considerando um frete médio de R$ 50, o custo final pode ultrapassar R$ 800, dependendo da cotação do dólar.
Por outro lado, a regulamentação traz mais previsibilidade. Saber exatamente o quanto será cobrado permite planejamento financeiro e evita surpresas desagradáveis na hora de retirar o produto.
2. Redirecionadores de encomendas
Os redirecionadores de encomendas seguem como aliados importantes para quem importa com frequência. Eles oferecem serviços como:
- Consolidação de pacotes, reduzindo o custo do frete;
- Reembalagem para minimizar volume e peso;
- Envio com descrição discreta, o que pode evitar sobretaxas indevidas;
- Endereços em estados com menor incidência de tributos locais (nos EUA, por exemplo).
Com planejamento e uso estratégico dessas ferramentas, muitos ainda conseguem economizar de forma significativa, mesmo com o aumento dos impostos.
3. Nichos ainda vantajosos
Importar ainda vale a pena em nichos específicos onde o mercado nacional apresenta preços elevados ou pouca variedade. Itens como:
- Eletrônicos de ponta e peças de computador específicas;
- Roupas e tênis de marcas internacionais;
- Cosméticos, perfumes e suplementos;
- Produtos colecionáveis, action figures e artigos de cultura pop.
Promoções sazonais como Black Friday, Prime Day e liquidações chinesas (como o 11.11) são grandes oportunidades para obter descontos que compensam os custos extras de importação. Muitos consumidores atentos conseguem economizar até 40% em relação aos preços praticados no Brasil.
4. Vantagens do câmbio digital e cashback
Hoje, diversas fintechs e plataformas digitais oferecem recursos que tornam o câmbio mais vantajoso e o processo de compra mais transparente. Exemplos:
- Méliuz, Ame Digital, Inter e C6: cashback em compras internacionais;
- Wise e Nomad: contas internacionais com câmbio mais competitivo que bancos tradicionais;
- Cartões com cotação em tempo real, evitando surpresas com o dólar turismo.
Esses recursos, quando bem utilizados, podem representar uma economia real de 5% a 15% no valor final da compra.
5. Importar para revender: renda extra e oportunidade
Importar produtos com objetivo de revenda segue sendo um modelo de negócio viável, especialmente para quem está começando e busca renda extra. Muitos brasileiros atuam como microimportadores, revendendo produtos em:
- Marketplaces como Shopee, Mercado Livre e Amazon;
- Redes sociais, como Instagram e TikTok;
- Grupos de WhatsApp e vendas diretas.
O segredo é escolher bem os produtos, entender o público-alvo e manter um bom atendimento. Casos de sucesso começam com investimentos pequenos, reinvestimento do lucro e boa gestão de estoque. Com isso, é possível construir um negócio sólido e escalável.
Informativo Atualizado – Situação em 2025
As informações a seguir foram atualizadas com base nos dados mais recentes disponíveis sobre o cenário de importações no Brasil:
- O ICMS para produtos importados foi padronizado em 20% na maioria dos estados (Oficina da Net).
- O Imposto de Importação continua sendo de 60% para compras acima de US$ 50, conforme a política de Remessa Conforme.
- A implementação da Declaração Única de Importação (Duimp) e o Portal Único de Comércio Exterior têm agilizado a liberação de mercadorias e reduzido custos operacionais (Agência Brasil).
- A Reforma Tributária com o novo IVA Dual (CBS e IBS) promete acabar com a cumulatividade e tornar as exportações e importações mais competitivas (Folha de S. Paulo).
Por fim...
Importar produtos em 2025 exige mais planejamento e conhecimento, mas ainda pode ser uma excelente oportunidade de economia ou até mesmo de geração de renda. O segredo está em dominar as ferramentas disponíveis, escolher os nichos certos e manter-se informado sobre as constantes mudanças nas regras do jogo.
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